Mais 3 Percepções Complicadas para a Liderança em Segurança

Liderança em segurança - lide analisando informações em prancheta em meio a operação

Em continuação com o nosso artigo anterior ! As 3  Percepções Mais complicadas para a Segurança, não podemos deixar de apresentar as abaixo descritas:

A Excelência em Segurança não é definida por ficar sem acidentes.  A crença é gerada assim: “Se ter segurança significa não se acidentar, então qualquer coisa que eu faça, sem me machucar, deve ser segura”. Infelizmente, essa falsa crença é perpetuada pela forma como muitas empresas medem e celebram a segurança. Ficar um tempo sem acidentes, fazem um grande alvoroço com isso, reforça a percepção de que estamos trabalhando bem (mesmo os que realizam comportamentos de risco), além disso , a sensação de que estamos seguros, faz com que as pessoas relaxem, o que torna aceitável assumir um risco, desde que você não se machuque.

 

O Acidente Zero é impossível.

Muitas organizações sustentam o objetivo de zero acidentes, o qual é difícl de ser atingido e requer muito trabalho, muito foco. Na verdade, este não é um ótimo indicador de segurança – não ter acidentes não define se você segurança. Já disse a muitos diretores de empresas que eles são protegidos por Deus. E isso sempre é verdade. O problema é quando você só tem isso! Na melhor das hipóteses, este é um de um coeficiente de frequência e , por si mesmo, não promove estratégias de sucesso, além de ser um indicador de erro. No entanto, a questão  é, se as pessoas não acreditam no objetivo, com base na realidade em que vivem. E se elas forem os líderes, esta jornada torna-se impossível de ser feita.

Liderança em segurança - lide analisando informações em prancheta em meio a operação

 

Nós Somos MUITO MUITO Bons.

Orgulho! Falso senso de competência! Muitos times e gestores “acham” que estão muito bem. é aí que começa perder o jogo. Essa crença é perigosa. Muitos líderes criam esta percepção através da implementação de programas que não são personalizados para a cultura de sua empresa e que ganham alguns prêmios de pouco valor. Como resultado, muitos sentem que não há nada mais que pode ser feito para melhorar.

 

 

Carlos Massera é um especialista em Liderança e Comportamento Seguro, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem. A palestra de Carlos  “Liderando com a Segurança” vai ajudar a sua organização a alcançar os seguintes objetivos: melhor engajamento e compromisso com a segurança, aumentar o trabalho em equipe, melhorar a comunicação. Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.ra.

As 3 Percepções Mais Complicadas para a Liderança em Segurança

Lider em segurança no trabalho - chefia na operação de indústria

As nossas percepções são afetadas por nossas experiências e também afetam o modo como percebemos as experiências futuras da vida, as  decisões na Segurança e a Cultura em que trabalhamos. Estas experiências geram as crenças que possuímos. Sempre afirmo que a cultura é o que as pessoas fazem quando ninguém está olhando. O que, por princípio, é a simples verdade.

As culturas de trabalho são o resultado de práticas de trabalho de sucesso, no passado, que foi valorizada e reconhecida pelos gestores e pelos grupos de trabalho. Um fase comum para designar uma cultura é: “É assim que fazemos este trabalho por aqui”. Estas pequenas valorizações diárias, tapinhas nas cotas e frases acabam por definir o perfil da cultura local. E isto exemplifica o fato de que as culturas são, de fato, o mecanismo ESSENCIAL  de sustentabilidade da segurança.

É, extremamente importante atentarmos para as cinco percepções mais perigosas para a segurança  que comprometem os investimentos e esforços na proteção da vida humana. Será que eles existem em sua organização?

 

Não vai acontecer comigo.  

A grande maioria das pessoas entrevistadas após um acidente descrevem uma crença similar. E ela estão certas do ponto de vista estritamente pessoal. Se ela sempre trabalhou desta forma, mesmo errada, e sempre se deu bem – como é que ela vai acreditar quando alguém lhe disse que ela está trabalhando errado e pode se machucar!. Como os principais riscos estão controlados, os que sobram são de pouca gravidade, baixa probabilidade e de grande exposição. Aspecto esse que afeta a percepção de risco e promove a COMPLACÊNCIA .Ser complacente é aceitar o erro nas suas ações, sem procurar melhorar, e isso pode ser consciente ou inconsciente.  É preciso usar ferramentas adequadas para lidar com a complacência e a baixa percepção de riscos.  É essencial  manter um senso de vulnerabilidade ou de respeito aos riscos. Pode acontecer com qualquer um de nós, porque existe um risco inerente em todos os ambientes e é uma resposta psicológica que ocorre com todas as pessoas.. O desafio reside na nossa capacidade de reconhecer esses riscos e adotar medidas pessoais para minimizar a exposição.

Lider em segurança no trabalho - chefia na operação de indústria


Segurança é um problema de condições & regras de trabalho
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É dever de toda empresa e gestor fornecer as condições seguras de trabalho para que as pessoas possam voltar para casa, e bem, todos os dias. Só que por condições, o governo, muitos líderes e profissionais de segurança consideram somente aspecto físico, quando muito a quantidade de regras. O resultado disse é uma quantidade estúpida de trabalho na área de manutenção para fazer as melhorias, um valor de investimento financeiro enorme, um desgaste na gestão fenomenal para lidar com tudo isso. Esquecendo-se que, as condições afetam no máximo 5 % dos acidentes. E os comportamentos das pessoas abrangem de 85 a 100 %. Pense nisso! Será que não podemos focar melhor os nosso esforços diários. Afinal, regras e engenharia focam na melhoria das condições.


Fazer Segurança não é o meu trabalho.

Mesmo as multinacionais encontram este problema em suas culturas. por que? Simples, os profissionais de Segurança são contratados e pagos para fazer segurança. E eles centralizam, sem delegar, esta responsabilidade. Fato que é reforçado pelos líderes e principais executivos da empresa, em todos os momentos, reuniões, projetos, relacionamentos e comunicados da organização. Sem dúvida, é a responsabilidade primária de uma empresa criar primeiro um ambiente de trabalho seguro. No entanto, nenhuma organização consegue ser 100 %segura . Cada indivíduo precisa assumir a PROPRIEDADE da sua segurança e a de seu colega, para se minimizar as exposições aos riscos presentes no ambiente de trabalho.

 

Carlos Massera é um especialista em Liderança e Comportamento Seguro, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem. A palestra de Carlos  “Liderando com a Segurança” vai ajudar a sua organização a alcançar os seguintes objetivos: melhor engajamento e compromisso com a segurança, aumentar o trabalho em equipe, melhorar a comunicação. Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.

Você diz que quer Cultura de Segurança, mas vocês estão prontos?

treinamento na indústria - líder palestrando, usando uma lousa para expor conteúdo a seus colaboradores

6 padrões mínimos que estão impedindo você de estabelecer uma forte cultura de segurança.

Há seis áreas negligenciadas que são consideradas como padrões mínimos e estão impedindo você de estabelecer uma forte cultura de segurança. Aqui está a lista e como corrigí-los:

 

Competência

É um padrão mínimo permitido por uma empresa. Nada menos do que competência já é a incompetência. A linha entre os dois é estreita.
Correção: Não mire na competência. Vá além. Mire no domínio da função de trabalho junto com a segurança. Defina um padrão mais elevado para se tornar excepcional em seu trabalho. O desejo de querer proteger será acompanhado por uma habilidade excepcional. As melhores pessoas que fazem o melhor trabalho no melhor programa de segurança são mais do que competentes.

 

ISO (Certificado de Reconhecimento)

É um padrão mínimo orientado para o mercado hoje. Qualquer empresa sem uma certificação vai ter dificuldade para atrair novos negócios. Aqueles que estão sem certificação encontram-se espremidos no mercado. Isso torna a certificação um padrão mínimo determinado pelo mercado.
Correção
:
Se você não tiver a certificação, você já está atrás. Conseguir uma certificação é fácil quando os valores “principais” da empresa incluem a segurança. A segurança não pode mais ser um adendo para o trabalho existente. Deve se tornar a base e o fundamento em como você trabalha. Torne isso uma missão empresarial para conseguir a certificação de segurança.

 

Compliance

É um padrão mínimo de conduta (baseado em regras) esperada em Saúde e Segurança Ocupacional. O não cumprimento gera uma punição ou outra consequência negativa.O compliance é o padrão mínimo definido pelas Normas Regulamentadoras, por toda a Legislação, OHSAS e pelos regulamentos internos das empresas. A lei exige que você atenda a esses padrões mínimos.
Correção: Quando você se concentrar apenas no cumprimento de normas mínimas, você vai limitar o desempenho – você vai ser mais um, com uma nota ruim, num universo medíocre – assim como os alunos “D”, numa sala com média D ou E – grande coisa! Mantenha-se em um nível muito mais elevado. Como explicado sobre a competência, considere alcançar o domínio completo em segurança. Peça, motive, inspire e engaje os seus funcionários para que se comprometam e vivam a segurança como um valor pessoal.

 

Reuniões de segurança

Reuniões para DDS, emissão de Permissão de Trabalho, de pré-tarefa, de início de turno, etc.. são um padrão mínimo básico para cada local de trabalho. Como um requisito de gestão ou normativo, as reuniões de segurança tornaram-se depósitos de informação (um fala e outros ouvem), comunicados unidirecionais e palestras.Os trabalhadores se sentam nestes eventos sem papel, canetas e não há nenhuma maneira de se lembrar qualquer coisa apresentada. A participação dos trabalhadores não é exigida, não é estimulada e apenas cobra-se o comprecimento.
Correção: Substitua a reunião de segurança com o estilo palestra. Isso inclui você e os profetas do PowerPoint. Considere um formato mais estimulante do assunto de segurança, em que todos participam. Inclua novas idéias. Estimule o pensamento e as sugestões “foras da caixa”. Ofereça aos funcionários a inspiração para abraçar a segurança como um valor pessoal e como parte de suas reuniões de segurança.

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Gestão de Pessoas (Anuncie-Avalie-Entreviste-Demita)

O velho modelo de gestão dos trabalhadores é um padrão mínimo. Quando você tem alta rotatividade ou um trabalho inconsistente, você torna os funcionários descartáveis. As pessoas vão optar para ir onde o trabalho, o local de trabalho e os valores corporativos são mais segura. Os trabalhadores com fortes valores pessoais para a segurança não são atraídos para programas de segurança mínimos ou tímidos. Se o seu local de trabalho não se buscar um padrão mais elevado, você terá que escolher entre o conjunto de trabalhadores que fica pulando de um emprego para outro. Os anúncios e placas de que “Agora Contratamos” demonstram a sua incapacidade de atrair uma longa fila de bons candidatos.
CorreçãoO melhor lugar para se trabalhar é o lugar mais seguro para se trabalhar. Ponto. Uma cultura de segurança forte é a melhor ferramenta de recrutamento de funcionários, de atração e de retenção. Uma cultura de segurança forte atrai e mantém bons funcionários com fortes valores em segurança. As pessoas querem trabalhar onde eles se sentem respeitados e valorizados. Nada mostra melhor do que uma cultura de segurança que protege e cuida de seus funcionários.

 

Gerenciamento da cadeia de comando

Este modelo de gestão é um padrão mínimo e é praticamente inútil em segurança. Você não pode mandar os funcionários se comprometerem com a segurança. Na melhor das hipóteses, numa hierarquia, os trabalhadores vão tolerar as regras. As ordens que vem de cima para baixo para que se obedeça às regras de segurança não inspiram e não melhoram o desempenho de um trabalhador. Ele só inspira o trabalho suficiente para não ser demitido.
Correção: A Liderança Efetiva em Segurança é o novo modelo de gestão. Incentivar cada trabalhador para mostrar sua capacidade de liderança. Espalha a responsabilidade de segurança em toda a operação. Faça todos os trabalhadores iguais. O princípio fundamental da liderança de segurança é que os funcionários não trabalham para a gestão. A gestão trabalha para os trabalhadores fornecendo recursos para o desenvolvimento de habilidades, treinamento, inspiração e orientação.

 

Para evoluir  do foco para o atendimento mínimo das normas e alcançar uma forte cultura de segurança requer mais do que novos procedimentos. Ela exige uma mudança filosófica em torno dos valores corporativos: onde os funcionários são valorizados acima de todo o resto. Os bons funcionários com bons valores fazem um bom trabalho, o que gera um bom dinheiro – para você e/ou para a empresa. Comece com a proteção de seus funcionários. Eles vão protegê-lo!

 

Carlos Massera é um consultor de gestão e comportamento, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem. A palestra de Carlos  “Liderando com a Segurança” vai ajudar a sua organização a alcançar os seguintes objetivos: melhor engajamento e compromisso com a segurança, aumentar o trabalho em equipe, melhorar a comunicação. Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.

4 Fatos Importantes para a Percepção de Riscos

Percepção de risco - líder observando indústria

Por que Aumentar a Percepção de Riscos?

A percepção de riscos exata por todos os funcionários, dentro de uma organização, é importante para uma gestão eficaz da segurança e saúde.

É mais provável que ocorra um acidente se os funcionários não identificam todos os perigos potenciais ou avaliam erroneamente os riscos ao realizar as operações. A eficácia da avaliação do risco depende da precisão do julgamento.

vários fatores que afetam a percepção de riscos, gerando uma diferença (“gap”) entre o risco real e o risco subjetivo. É importante que as organizações periodicamente avaliem este “gap”, de forma a desenvolver e implantar mecanismos para reduzi-los.

O “gap” na percepção de riscos  pode afetar a precisão das tarefas de análise de riscos, incluindo a sua identificação, avaliação da probabilidade e consequências, além da especificação e implantação das medidas de controle. Em complemento, a esta introdução, as pesquisas durante as consultorias e seminários revelam que gerentes e profissionais de segurança “sentem” que a precisão das análises de risco tem que ser melhoradas e que este é um fator causal em vários acidentes. Consequentemente é importante entender os fatores de percepção de riscos e comportamentais que afetam a precisão da análise realizada pelos funcionários de linha.

FATO 01: O FATOR MEDO (ameaça)

As pesquisas na percepção de riscos fornecem uma importante informação sobre como os novos funcionários ou funcionários inexperientes de uma equipe pensam sobre risco.

Estes estudos sugerem que a natureza, as características do risco, assim como o quanto se sabe sobre ele, o seu controle sobre as consequências e o impacto em futuras gerações, influenciam as suas percepções.

Estas características podem ser resumidas em dois fatores: “medo” e “desconhecimento. Acidentes em reatores nucleares é um exemplo de um perigo que aumenta a pontuação do fator medo. Há semelhança de percepção de riscos sobre alteração DNA, produtos transgênicos, eletricidade, etc. Se há uma pontuação devida nos fatores medo e desconhecimento, então as pessoas mais provavelmente irão avaliar mal (sobre avaliar) os riscos.

FATO 02: VARIAÇÕES (GAP) NA PERCEPÇÃO DE RISCOS DOS TRABALHADORES.

Os trabalhadores tendem a subestimar o risco das tarefas que eles realizam frequentemente. Esta variação (gap) é chamada de “habituação ao risco”. Ela é devida às pessoas se acostumarem à exposição dos riscos e, consequentemente, subavaliarem o mesmo, tornando-se complacentes. Esta complacência deve-se ao fato de realizarem a tarefa frequentemente e nunca terem experimentado um acidente — um caso de familiaridade, exposição e de consequências positivas associadas a esta exposição

 

Várias iniciativas podem ser adotadas para reduzir o impacto do “gap” na percepção de riscos. Os programas de comunicação do risco devem contribuir para isso, destacando os riscos e associando as medidas de controle usadas para reduzir o risco. Eles devem especificar a tarefa e destacar as que possuem uma exposição mais frequente. Se possível, deve-se usar os dados de acidentes em que a percepção de riscos  foi um fator causal, destacando as consequências.

 

FATO 03: CONSEQUÊNCIAS DA HABITUAÇÃO AO RISCO

Um operadora de linha experiente, numa cerâmica, perdeu a primeira falange do indicador direito. Os pisos cerâmicos eram transportados por correias elásticas e um dos pisos transportados saiu de posição sobre a polia. Infelizmente, a polia estava desprotegida (falha de projeto). Detalhe importante: a operadora sabia que não devia colocar a mão lá. Ao colocar a mão sugere-se que ela foi complacente com o risco.

Por outro lado, há evidências de que os trabalhadores superestimam o risco em tarefas notoriamente perigosas, operações que não são frequentes ou riscos que produzem o sentimento de “ameaça / medo” ou que são percebidos como “ desconhecidos” – o Fator Medo. Os trabalhadores parecem sobre-estimar o risco quando eles se fixam muito nas consequências e não na probabilidade de ocorrência do evento danoso.

Os riscos em operações eventuais tendem a ser superestimados, pois os trabalhadores possuem um sentimento de controle menor e de expertise. Os trabalhadores também tendem a se fixar nas consequências de operações que possuem a fama de serem notoriamente perigosas porque as consequências são fortes, vivas, imagináveis, etc. Isto significa que eles se preocupam demais com as consequências e, portanto, superestimam o risco.

Além disso, quaisquer acidentes que ocorreram tendem a continuar a “ existir” ou a serem “comentados” muitos anos depois do evento ter ocorrido, o que chama a atenção dos trabalhadores quando estarão realizando a operação. Por exemplo, os trabalhadores de uma ferrovia sobre-estimam o risco da composição descarrilar ou a de serem “pegos” na área de engate das composições durante as manobras, devido a natureza vívida e horrível deste evento. A sua estimativa de um risco pode ser tão problemática quanto a subestimativa.

Se os trabalhadores estão preocupados com os riscos de uma operação, eles podem não prestar atenção suficientemente aos outros riscos ou perigos. Por exemplo, quando os funcionários estão interrompendo uma linha de ácido sulfúrico, eles tendem a focar mais nos riscos de vazamento e não prestam atenção suficiente para os riscos menores, tais como, tropeçar ou cair da altura. As estatísticas de acidentes sugerem que a sua menor ocorrência e maior probabilidade que estes menores riscos são mal controlados.

Para mitigar a variação de percepção de riscos, as organizações tendem a desenvolver mecanismos que garantam que os funcionários tenham a “consciência” do problema (conhecimento) associado à operação.

Fornecendo informação baseada na avaliação dos riscos, muitas vezes, não incluindo riscos comuns, tais como, tropeçar. Em complemento, quando comunicam sobre o risco, os exemplos de acidentes anteriores aonde o julgamento incorreto foi um fator causal, também  pode ser uma abordagem vital.

As pesquisas sobre percepção de riscos, em várias organizações, evidenciam que um conhecimento mais prático sobre a atividade, aumenta a probabilidade de o trabalhador ser capaz de identificar todos os perigos e possuir percepções precisas. Assim, é essencial que as pessoas que realizem as avaliações de risco possuam uma experiência prática relevante sobre a operação que está sendo analisada.

 

FATO 04: A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DE TAREFA

Dois homens foram mortos quando eles foram envolvidos pelo monóxido de carbono produzido por um conjunto motor bomba a combustão, que foi colocado num poço para drenagem. A sua falta de conhecimento sobre o uso correto de moto bomba tornou-os “inconscientes” sobre o perigo que os envolvia.

Pesquisas realizadas em indústrias florestais e de carvão sugerem que o supervisor tem maior probabilidade de subestimar um perigo do que o funcionário operacional, pois para eles a percepção do benefício x risco é alterada pela busca da produtividade.

O envolvimento dos membros do time no processo de análise de riscos e perigos promove um balanceamento, melhorando a percepção de riscos  do supervisor sobre o risco e suas consequências. Esta abordagem é apoiada pela descoberta de que trabalhadores marítimos (offshore) têm uma menor probabilidade de se envolver em acidentes se os seus supervisores se envolverem no processo de análise de riscos.

 

REDUZINDO O IMPACTO DA VARIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE RISCOS

No passado, os pesquisadores sobre a percepção de riscos analisavam a precisão dos julgamentos das pessoas pedindo-os para responderem a sua estimativa de risco, numa escala numérica. De forma geral, estes trabalhos acharam uma pequena correlação entre o risco subjetivo e o risco objetivo; portanto os participantes não possuíam uma percepção precisa do risco.

As pesquisas mais recentes acharam que as percepções de risco podem, de fato, terem sido precisas; mas as pessoas acham difícil expressar as suas percepções de risco em termos probabilísticos, pois não é a forma natural das pessoas pensarem sobre riscos.

Isto sugere que os procedimentos de análise provavelmente serão mais efetivos se eles forem elaborados para permitir que os funcionários expressem as suas estimativas de risco em termos simples (baixo, médio e alto). A pesquisa com os trabalhadores marítimos também mostrou que as percepções de risco possuem correlação razoável com indicadores, tais como, estatísticas de acidentes e resultados da análise de risco.

Portanto, é desejável que os funcionários pontuem os riscos identificados ao invés de fazerem julgamento de probabilidade e de consequências para cada risco. A consciência /percepção de riscos situacional é crítica quando se analisa os riscos associados a uma operação. Se os funcionários operacionais não estão cientes das outras operações pessoais ou atividades que podem afetar o seu trabalho (ou vice-versa), as medidas de controle definidas para eles provavelmente serão inadequadas.

Assim, é vital que o time ou pessoa que analisa os riscos, tenha uma visão geral das operações e fatores que as afetam. Uma consideração de ordem prática importante é a determinação do tempo entre a análise e a realização da tarefa. Outra pesquisa sugere que se análise for feita pouco antes do início da operação, pode-se limitar a necessidade das medidas de controle durante a operação. Além disso, os que realizaram as análises devem ter a autoridade para acessar os recursos necessários, caso contrário a vantagem da análise será diminuída.

 

DIREÇÕES FUTURAS

A eficácia das campanhas para comunicação dos riscos pode ser melhorada pelo aumento da credibilidade da mensagem. As pessoas precisam confiar no comunicador para acreditar na mensagem que é transmitida. Ajuda e muito se houver representantes dos funcionários ou do sindicato na campanha, se eles forem vistos como confiáveis pela força de trabalho.

é vital o desenvolvimento de mecanismos que elevem a percepção de riscos  dos funcionários sobre a importância dos riscos com pequenas consequências e altas probabilidades quando fizerem análises de risco. O outro aspecto importante é o desenvolvimento de sistemas de apoio à análise de risco. Um sistema de apoio à decisão pode reduzir o impacto de variação de percepção de riscos pela remoção da necessidade dos funcionários terem que determinar probabilidades e consequências.

 

 

LIVRO: A PERCEPÇÃO DE RISCOS

Carlos Massera é um especialista em Liderança e Comportamento Seguro, palestrante em Segurança e Liderança. Autor de “7 Fatores para o Sucesso de Seu Programa Comportamental, ” O que é a Segurança Comportamental”, “Como a Liderança Garante a Melhoria para a Segurança”  e o seu livro mais novo a ser lançado na Amazon “Aumentando a Percepção dos Riscos”.  Ele é um especialista em como alcançar as pessoas – como falar com elas para ouvirem e entenderem. A palestra de Carlos  “Quando o Risco Não é Um Risco” vai ajudar a sua organização a alcançar os seguintes objetivos: melhor engajamento e compromisso com a segurança, aumentar o trabalho em equipe, melhorar a comunicação. Clique aqui para obter mais informações e para conversar sobre as  suas necessidades com o Carlos Massera.

 

 

Por que é necessária uma abordagem baseada na Segurança Comportamental?

Comportamento seguro - operador vestindo capacete me colega de trabalho

A ação de melhoria da segurança pode ser dividida em pelo menos três áreas diferentes

 

A primeira, é o ambiente físico abordado pela Engenharia, que envolve: iluminação, piso, proteção nas máquinas, disponibilidade de EPI – Equipamento de Proteção Individual, etc.

A segunda, é um processo de trabalho seguro, abordado pelos Sistemas de Segurança, quer dizer, como fazer o trabalho de forma 100 % segura. Isto inclui treinamento e procedimentos. Ex.: vídeos sobre levantamento seguro de carga e procedimentos para travamento das fontes de energia caem nesta categoria.

Mesmo que as duas primeiras áreas estejam perfeitas (o que nunca ocorre), as empresas ainda terão acidentes. Por quê? Porque até mesmo quando o ambiente de trabalho é muito seguro, os procedimentos existem para abordar todos os possíveis riscos e todos estão com o treinamento em dia, as pessoas ainda se acidentam.

Ter o equipamento de proteção individual disponível e os procedimentos que dizem quando e como usar os equipamentos não oferece a garantia de que as pessoas usarão as proteções. As pessoas podem inutilizar uma proteção da máquina, realizar “atalhos” nos procedimentos e manterem-se no hábito dos comportamentos de risco.

Comportamento seguro - operador vestindo capacete me colega de trabalho

Para resolver este problema, nós devemos adicionar o foco no comportamento seguro (fazer certo as coisas certas) tais como usar as proteções,  travar as fontes de energia, etc. O BBS  foca em garantir que a pessoa faça a coisa certa no trabalho independentemente se eles são da operação ou se são gerentes ou executivos tomando decisões que afetarão a segurança de outros.

Há boas razões para focar os comportamentos seguros como parte de uma abordagem gerencial integrada para a segurança. O motivo é: um percentual significativo dos acidentes pode ser associado diretamente a comportamentos de risco (antigos atos inseguros), os quais ocorrem próximo do acidente. Por exemplo, um funcionário tem o olho atingido por um fragmento metálico ao usar o esmeril na oficina de manutenção, por não usar os óculos de segurança, e também por usar o esmeril sem a proteção de segurança deste e manusear a peça metálica sem a técnica adequada.

A parte superior do diagrama ao lado (chamo de Triângulo Reativo) demonstra que a redução gravidade dos incidentes é acompanhada pelo aumento da freqüência dos destes. O triângulo pode ser ampliado além da sua base para abranger os comportamentos de risco (atos inseguros) – o que nos apresenta as oportunidades para a modificação dos comportamentos de risco para seguro. Aqui eu lembro que o termo modificação não é adequando quando se busca a melhoria contínua, portanto passaremos a adotar o termo melhoria do comportamento, o que gera mais confiança, credibilidade e empowerment em todos os envolvidos no Processo de Segurança Comportamental.

 

Se quiser trocar idéias, fazer perguntas sobre o assunto tratado, fique a vontade em entrar em contato com o autor. Clique aqui para contato.

 

 

Carlos Massera
Coach em Comportamento Seguro, Liderança e Cultura de Segurança