5 Práticas para Otimizar os Procedimentos de Ordem e Limpeza no Local de Trabalho

Limpeza e organização no trabalho - grupo de funcionários limpando setor

Quando se definir que a Segurança é um Valor em sua empresa, um dos primeiros passos é definir como se parece uma empresa, o time, as práticas quando a Segurança é um Valor. E, com certeza, esta definição inclui pisos limpos, áreas organizadas e tudo em seu devido lugar. Mas isso não é apenas porque cria uma imagem bonita. A Ordem e  a Limpeza adequada é essencial para  evitar incidentes e acidentes, mas também a aumentar o moral, o clima, a produtividade e a qualidade do trabalho.

Os benefícios da Ordem e Limpeza se aplicam a todos os locais de trabalho, incluindo fábricas, Manutenção, Serviços diversos, armazéns, lojas de varejo e escritórios. Aqui estão cinco práticas fáceis de manter a limpeza do local de trabalho em primeiro lugar.

O serviço de limpeza não apenas evita incidentes e lesões, mas também ajuda a aumentar o moral, a produtividade e a qualidade do trabalho. Os benefícios da limpeza também não se limitam aos canteiros de obras; essa prática de segurança se estende a todos os locais de trabalho, incluindo fábricas industriais, fábricas, armazéns, bem como lojas de varejo e escritórios.

Há diversos programas nacionais e internacionais que podem lhe ajudar a sistematizar e fortalecer a cultura de organização. Não os abordarei aqui, mas lhes forneço 5 práticas fáceis de manter a Ordem e  a Limpeza do local de trabalho.

 

1 – Limpe Conforme o Uso

Implementar uma estratégia de limpeza que esteja em sintonia com o uso diário pode economizar tempo e ajudar a estabelecer bons hábitos de limpeza. Os funcionários devem ser incentivados a guardar as coisas assim que terminarem de usá-las, incluindo itens que possam representar riscos à saúde, como derramamentos. Dessa forma, é possível reduzir a quantidade de tempo e energia necessários para a limpeza, além de diminuir significativamente o risco de lesões. Além disso, a limpeza contínua durante o trabalho pode reduzir os problemas ergonômicos e diminuir o risco de acidentes como escorregões, tropeções e quedas.

Organizar adequadamente o espaço de trabalho e dedicar tempo para limpar a bagunça pode trazer benefícios para a saúde e segurança dos funcionários, reduzindo o risco de falhas e incidentes. É importante evitar deixar a limpeza para o final do turno, pois a ansiedade de ir embora na hora programada pode aumentar a probabilidade de erros humanos e incidentes.

É para este momento que os treinamentos que realizamos sobre fatores humanos: percepção do risco, comportamento seguro, mindfullness  podem ajudar a controlar o a consciência situacional dos funcionários em seu comportamento durante as práticas de limpeza.

 

2 – Clareza que Possibilita Controlar os Riscos

As atividades de Ordem e Limpeza possibilitam a produção de clareza junto aos operadores e oportunidade para observar e refletir sobre o que está presente na área de trabalho e sua utilidade. Naturalmente, os perigos podem ser identificados e os riscos avaliados.

Por exemplo, áreas de acesso bloqueadas, saídas de emergência bloqueadas, espaço restrito para a movimentação, materiais dispersos no piso, EPI’s usados sobre equipamentos do processo, extensões elétricas na área, panos de limpeza deixadas na operação, armazenamento fora do espaço determinado, etc. Este momento propicia a identificação de oportunidades que podem ser usadas pelos gestores para, junto com a equipe, tratar os problemas operacionais que naturalmente aparecem, É comum ainda ocorrer o armazenamento de material, ao final do mês, além dos espaços determinados. A pergunta aqui é: qual o risco associado à operação? O risco é aceitável? Este diálogo e trabalho em conjunto com a operação possibilita a prevenção assim como o aprendizado.

A Segurança nunca alcançará um nível elevado se a régua de aceitação dos riscos for baixa (complacência).

A familiaridade com práticas sub-ótimas de trabalho podem levar a se conviver com o risco. Num processo de soldagem os funcionários deixavam a ponta de solda que sobrava no piso. O acúmulo durante o turno de trabalho se tornava grande, com os operadores pisando sobre elas. Não se percebiam do problema, pois sempre foi assim. Se a limpeza for terceirizada, é fácil ignorá-la porque é responsabilidade de outra pessoa. Por esse motivo, é importante designar uma pessoa que esteja no local de trabalho para supervisionar diariamente os resíduos do trabalho.  A questão não é só o resíduo e sim o desperdício que pode gerar perdas financeiras e gerar vários perigos.

Limpeza e organização no trabalho - grupo de funcionários limpando setor

3 – Tudo em seu devido lugar

A Ordem e Limpeza devem ser vistos com um processo pessoal, no nível do hábito. Terminou de usar, guarda no lugar certo, mesmo que haja outras atividades a serem feitas.

Houve um acidente no ano passado, numa emrpesa pretadora de serviço, pois uma lixadeira, ficou “armazenada, guardada” sobre uma peça metálica. Alguém resolver  colocar o plug na tomada de energia e ela funcionou imediatamente, vindo a se deslocar cortar a mão do operador.

Disciplina não significa rigidez. Disciplina é educação e profissionalismo.

As inspeções das áreas tornam-se um elemento essência de controle, pois o ser humano é falho e tudo tende a se desorganizar. O nome disso é entropia. É necessário que o seu processo forneça garantias. Ninguém melhor que o gestor da equipe para liderar esta iniciativa, dando o exemplo, estabelecendo um alto padrão de ordem e limpeza, desmotivando a complacência. E nada melhor do que o gerente deste supervisor ara fazer isso acontecer. Esta não

É uma função da área de Qualidade e tão pouco da Segurança, a função de inspeção é da área de Operação / Produção.

 

4 – Comunique e Incentive a Limpeza

Para promover a Ordem e Limpeza de um ambiente, é importante que haja uma comunicação clara e objetiva para incentivar essa prática. Dessa forma, é vital que sejam criadas estratégias de comunicação eficientes para incentivar a limpeza.

Uma das maneiras de se comunicar e incentivar a limpeza é por meio da educação ambiental. É preciso que as pessoas tenham consciência sobre o impacto que o acúmulo de lixo pode causar ao meio ambiente e à saúde pública. Assim, é fundamental que haja palestras, treinamentos e campanhas que alertem sobre os riscos e conscientizem sobre a importância da limpeza.

Outra forma de incentivar a limpeza é por meio de campanhas publicitárias ou endomarketing. É possível criar materiais impressos, vídeos que abordem a importância da limpeza e suas consequências.

 

5 – Planeje, Defina Processo, Coloque na Agenda

Terceirizar pode ser bom e ruim. É ruim quando a responsabilidade pela limpeza é do contratado e o de sujar é dos funcionários. Este viés não gera uma Cultura de Segurança ou de Qualidade. Você nunca vai ter um processo excelente com um mindset medíocre.

Qual é a Excelência Operacional ou a Segurança ou a Qualidade que vocês querem ter?

O primeiro ao responder é o CEO, diretores e gerentes, os demais seguem o gerente e os supervisores. Assim é a vida. O operador só faz o que é importante para o supervisor, nem mais, nem menos, nem melhor. O supervisor age da mesma forma em relação ao gerente.

Então é necessário definir diretrizes claras a partir da Diretoria, as quais os gerentes precisam implantar “com carinho”, definindo o que cada nível organizacional vai fazer para garantir que o processo de Ordem e Limpeza seja implantando e mantido com êxito, produzindo valor.

Fazer isso requer habilidades de gestão de mudança, comunicação, gerar compromisso e uma forte conscientização. Os supervisores precisarão executar estas atividades dentro de sua rotina operacional, mantendo a sua disciplina operacional.

Um plano formal por escrito e alocação de tempo de trabalho é vital e precisa produzir indicadores de processo e de resultado, além de entrar nas reuniões gerenciais.

Para garantir soluções de longo prazo, os gerentes devem incorporar essas tarefas em seu plano de manutenção preventiva. Os supervisores podem adotar ações corretivas, como criar um espaço de armazenamento para itens que estão causando obstruções, manutender máquinas e equipamentos para evitar mau funcionamento e estabelecer um cronograma de limpeza regular para tarefas que podem ser facilmente negligenciadas.

 

6 – Inspeções regulares

É importante que a gerência e os funcionários realizem inspeções periódicas nas áreas de trabalho. Durante essas inspeções, devem ser discutidos abertamente os padrões atuais de limpeza, a fim de melhorar os processos através da implementação de uma ordem e limpeza de maior nível. Além disso, é importante estar atento a riscos menos óbvios, como a presença de pequenos volumes de inflamáveis para limpeza, o uso de pequenas ferramentas improvisadas pelos funcionários para facilitar o trabalho, etc.

Resumindo, identificar e corrigir problemas é uma parte importante do processo de manter o local de trabalho limpo e organizado. Os funcionários devem ser incentivados a relatar quaisquer problemas ou preocupações relacionados à limpeza e à organização. Os gestores devem trabalhar com os funcionários para resolver esses problemas e implementar soluções duradouras.

Essas inspeções são um elemento essencial para se promover um Ambiente Seguro de Trabalho, capaz de fortalecer a Qualidade do processo e a Produtividade.

4 Dicas para Melhorar a Presença da Liderança em Segurança

demonstre confiança - líder operacional confiante e mantendo contato visual

A Excelência em Segurança vem através das ações da liderança em segurança. O que o líder pode fazer?

Há muitas coisas que podemos fazer e deveríamos fazer para melhorar a nossa presença em liderança ao comunicar uma mensagem de segurança. Especialmente se essa mensagem for dirigida a grupos de pessoas que lideremos  e que precisam alcançar a excelência em segurança. Muitas vezes, ao comunicar a segurança, o líder simplesmente não fala alto o suficiente ou não é confiante o suficiente ou não é suficientemente apaixonado por sua mensagem; ou pior, parece que não é comprometido com essa mensagem.

Mas se o nosso público não pode ouvir nossa mensagem de segurança – ou está se esforçando para nos ouvir e há outra fonte de ruído – acabam por não entender e não agem com base  nessa mensagem e a excelência em segurança provavelmente não é alcançada.

Ao detectar uma falta de confiança, paixão ou compromisso com a nossa própria mensagem de segurança, eles simplesmente descartarão a mensagem. Seu nível de compromisso aumentará com base no limite oferecido pelo líder. Aqui estão algumas dicas que ajudarão você a evitar essas armadilhas ao comunicar a segurança.

Dica # 1: Conduza-se com Confiança

A confiança traduz-se em competência na mente do ouvinte. Se você se mostrar confiante no que diz, as pessoas naturalmente assumirão que você sabe do que está falando. Isso não é para sugerir que possamos ou devemos blefar ou mentir através da comunicação de segurança. Você deve saber o que está falando! No entanto, se você conhece bem seu tema, mas você o apresenta com uma falta de confiança, você parecerá não dominar o conhecimento dessa área. Consequentemente, você não inspirará muita confiança em sua audiência, e mais uma vez perderemos uma ótima oportunidade para alcançar a excelência em segurança.

Dica # 2: Projetar a  sua Voz

A comunicação de segurança não envolve falar muito. É sobre a sua expressão. Trata-se de garantir que as pessoas possam ouvi-lo e entendê-lo. No final, se eles não podem ouvir você, eles não poderão atuar com base na sua mensagem. Muitos de nós tentamos comunicar a segurança em áreas de alto ruído, como numa linha de produção, um armazém ou um local de construção. Se assim for, devemos ajustar nosso volume de voz para compensar esse ruído. A última coisa que você quer é competir com o ruído de um empilhadeira ao comunicar a sua mensagem. Projete a sua voz mais alto do que você acha que precisa. Se você chegar ao ponto de precisar gritar – vá para outro local conversar.

demonstre confiança - líder operacional confiante e mantendo contato visual

Dica # 3: Faça Contato com os Olhos

O contato visual com a nossa audiência nos ajuda a criar relacionamento, transmitir cuidado e preocupação, além de verificar o nível de engajamento deles. Ele também comunica autenticidade e sinceridade, bem como confiança.

Dica # 4: Veja o Que Você Diz e Como

Como líder, a sua comunicação sobre segurança e cultura de segurança tem um grande impacto. Se eles nos veem falar apaixonadamente sobre o valor da segurança, eles vão abraçá-lo igualmente. Mas se eles percebem que estamos simplesmente fazendo a nossa obrigação  e que realmente não acreditamos nisso, eles adotarão uma posição semelhante.

 

Carlos Massera é o Diretor e o agente de transformação na M&M Tecnologia Comportamental, uma empresa de desenvolvimento da liderança em segurança. Nos últimos 25 anos implantou e desenvolveu a operação segura através da liderança e do comportamento seguro, fortalecendo a cultura de segurança alinhado aos objetivos organizacionais. Pessoalmente liderou as iniciativas onde as empresas obtiveram o melhor desempenho em segurança de sua história. 

Defina suas metas! A Cultura de Segurança é Impulsionada pela Liderança

Líder na Operação - líder apresentando\notificando a seu liderados informações

Defina suas metas de alto impacto e não se contente com uma implementação medíocre. A mediocridade nunca resulta em mudança cultural. Mudança de cultura não é para o escrúpulo ou fraco do coração, não é fácil e nunca é entregue a você em uma bandeja de prata.

Requer trabalho duro, compromisso com a visão e os resultados, tenacidade, confiança, colaboração, desenvolvimento, reforço e muita persuasão e repulsão.

Você vai encontrar-se cobrindo o mesmo terreno de novo e de novo para o mesmo grupo de pessoas. Renove a visão em suas mentes toda vez que eles a perderem.

Isso não durará para sempre, mas as forças que trabalham contra a mudança cultural são mais poderosas na frente e no meio do processo e precisam ser antecipadas, identificadas e neutralizadas antes de matar a cultura.

 

Aguente firme, a cultura resultante valerá bem o esforço.

O gerenciamento de mudanças é tanto uma forma de arte quanto uma ciência.

Saiba quando forçar o problema e persuadir e quando recuar e deixar as coisas acontecerem.

Deixe que os outros discutam o ponto por você através da pressão dos colegas. Você certamente terá bolsões de resistência. Mas você certamente terá ainda mais defensores da nova cultura, e isso será a seu favor.

Apenas tenha certeza de que você tem um mecanismo para identificar onde estão os bolsões de resistência, e quem eles são para que você possa resolvê-los (traduzido, sua equipe precisa estar no campo, e provavelmente mais do que já estão) eles precisam ser seus olhos e ouvidos sobre o progresso da mudança.

Você precisará trabalhar com a liderança nessas áreas para impulsionar a cultura de maneiras específicas e ter sucesso na ponta.

Líder na Operação - líder apresentando\notificando a seu liderados informações

Evite a todo custo tornar a segurança ou os programas no novo “sabor do mês”.

Quer dizer, estar sempre inventando algo novo, como se a sua empresa não soubesse o que é processo e melhoria contínua. Isso só pode ser alcançado através do apoio ativo e visível dos níveis mais altos da organização. As principais lideranças devem adotar a mesma visão e você terá que convencê-las e integrá-las com firmeza.

A menos que os funcionários vejam a Segurança sendo visível e constantemente apoiado por seus próprios líderes, eles provavelmente não a adotarão. Não me refiro ao discurso. É necessário ir além do discurso e realmente agir. Movimentos vindos da base organizacional podem funcionar em alguns contextos; mas quase nunca conseguem o apoio da liderança ativa.

Por “ativo”, quero dizer o apoio que vai além de uma luz verde para implantar um programa ou um balançar afirmativo da cabeça enquanto você entrega a mensagem. Os líderes devem ser aqueles que entregam essa mensagem e, novamente, você deve persuadi-los a fazê-lo.

 

Eles devem estar engajados ativamente em todas as facetas do programa.

Sua principal função é lhes fornecer a visão, persuadi-los de sua primazia, ajudá-los a transmitir a visão, levá-los a participar e falar em eventos internos relacionados ao esforço e orientá-los sobre melhorias quando e onde necessário, além de realizar o coach em suas abordagens junto aos seus liderados.

Certifique-se de garantir apoio de liderança para sua iniciativa com antecedência e com frequência. Eles devem se tornar os porta-vozes da mudança cultural. Seu papel é ser um conselheiro para eles, colaborar com eles, orientá-los, treiná-los e fornecer orientações ou dicas sobre o tempo (timing) e a mensagem – isso, por si só, requer liderança de sua parte!

Depois de obter a aceitação do programa pela alta administração, você precisará espelhar esse esforço novamente com os gerentes de nível médio e gestores de operação. A liderança em todos os níveis deve promover ativamente e liderar a cultura.

5 dicas para produzir mais resultados em redução de acidentes

Redução de Acidente - homens impedindo a passagem para área restrita na indústria

O programa de comportamento seguro ou de segurança comportamental é uma parte essencial para se fortalecer a cultura de segurança. Entretanto, muito se tem errado na implantação e na gestão destes programas e os resultados tardam a aparecer ou não são consistentes. Aqui lhe forneço 5 dicas para produzir mais resultados em redução de acidentes e de forma mais rápida.

 

A boa notícia primeiro!

A quantidade de programas de segurança comportamental implantados cresce a cada dia.  São inúmeras empresas e profissionais que adotaram esta prática para promover a excelência em Segurança nas operações de sua empresa.

O que é formidável!

Cada vez mais empresas se dedicam a desenvolver a cultura de Segurança.

Redução de Acidente - homens impedindo a passagem para área restrita na indústria

Agora a má notícia (desculpe)…

Os programas estão agonizando… ou aqueles que os implantaram, pois:

  • Muitas observações são realizadas e os acidentes não diminuem;
  • O funcionário observado muda o seu comportamento durante a observação;
  • Os indicadores não refletem a realidade;
  • A qualidade da observação é sofrível

 

Não é um trabalho fácil e o sucesso no curso e longo prazos requer uma experiência profissional diferenciada.

O bom de 30 anos de experiência nesta estrada, implica que aprendemos alguns macetes e vou compartilhar com você agora:

  1. Trabalhar com um formulário preciso e com poucos comportamentos (Ex: os 5 mais críticos). E que estes comportamentos tenham se associado a maior parte dos acidentes.
  2. Garanta que os seus observadores vão observar onde é mais necessário: nas áreas e processos em que ocorrem mais acidentes.
  3. A observação e o feedback são feitos com qualidade. Na proporção mínima de 2:1
  4. Planos são feitos com os dados das observações e melhoram o comportamento.
  5. Todas as etapas anteriores agregam valor para os gestores e para a operação. Facilitam e não complicam.

 

Há muitas outras dicas além destas 5 dicas. Por hora, lembre-se que:

  1. Quanto mais você observar os seus liderados, melhor eles irão trabalhar.
  2. Quanto mais feedback você der aos seus liderados, melhor eles vão trabalhar.

 

Deixo uma pergunta para sua reflexão.

Qual a qualidade da presença e do relacionamento de seus líderes e observadores com a equipe operacional?

 

Reforçando a Segurança como Valor Fundamental: Um Guia de Sobrevivência

Lider presente - líder com dois de seus liderados o acompanhando dentro da linha de produção

No final de 2018, publiquei um artigo intitulado Um Guia de Sobrevivência para Manter Sua Segurança em Vida Viva, com a intenção de postar uma série de artigos de acompanhamento. Infelizmente, tive que colocar esse esforço em uma prateleira na época em favor de atividades de negócios de final de ano concorrentes. Agora que estamos no novo ano, eu gostaria de continuar de onde parei com essa série. Se você ainda não leu o artigo original, sugiro que clique no link acima antes de continuar com este.

 

É Importante Como Pensamos Sobre Segurança

A primeira coisa que abordo em qualquer workshop, apresentação, palestra ou discussão de cultura de segurança é a importância primordial da maneira como pensamos sobre segurança.

O que realmente acreditamos sobre isso?

É apenas um compliance que seguimos e aplicamos, ou é um valor que vivemos e lideramos?

A resposta pode parecer óbvia. Fazemos as coisas certas para promover a segurança no trabalho. Nós reforçamos a segurança como nossa maior prioridade. Envolvemos os funcionários em discussões sobre sua segurança pessoal. Sempre usamos o EPI necessário no local de trabalho. Nós somos o modelo de comportamentos seguros no trabalho.

Mas esses mesmos comportamentos prevalecem quando estamos realizando atividades potencialmente perigosas em casa? O que estamos vestindo quando cortamos a grama? Protetor ocular? Proteção auditiva? Roupa de proteção? Se não, por que não? As leis da física sobre níveis de decibéis e projéteis que voam de alguma forma deixam de existir no quintal? Sentimo-nos livres para alcançar um pouco mais e inclinar-se um pouco mais enquanto trabalhamos nessa escada, porque não há “exigência” de fazer o contrário?

Se formos honestos conosco mesmos, a maioria de nós teria que admitir que tomamos atalhos em casa que não toleraríamos no trabalho.

Se esse é o caso, então temos que reavaliar como pensamos sobre segurança e o que acreditamos sobre isso. Um valor não é algo que fazemos apenas a tempo parcial ou apenas em determinados locais. Nós carregamos isso conosco. Portanto, se a segurança é realmente um valor central (uma crença) para nós, então não vamos fazer as coisas de maneira diferente em casa. A menos que (e até que) internalizemos a segurança como um valor central para nós mesmos, não podemos esperar liderar e internalizar a segurança como um valor central para qualquer outra pessoa.

Uma das melhores formas de atingir os dois objetivos é amarrar a segurança pessoal (seja sua ou de outra pessoa) a um valor central ou crença existente. Para a maioria de nós, essa é a família – cônjuges, filhos, netos, pais, irmãos, amigos. Em resumo, nosso relacionamento com as pessoas que amamos. Nós fazemos coisas para esses relacionamentos que nem mesmo fazemos por nós mesmos. Se você tem filhos, então você já sabe disso instintivamente. Quantos de nós começamos a correr menos riscos na vida depois que nossos filhos nasceram? Nós não fizemos essa mudança por nós mesmos, caso contrário, teríamos feito  isso há muito tempo. Quantos de nós dirigimos com mais cuidado quando as crianças estão no carro? Nós não estamos fazendo isso por nós mesmos, caso contrário, faríamos isso o tempo todo.

 

Fazemos coisas para esses relacionamentos que nem mesmo fazemos por nós mesmos, porque eles fazem parte do nosso conjunto de valores essenciais.

As pessoas que você lidera em uma cultura de segurança não são diferentes. Eles também têm um conjunto de valores essenciais que inclui seus relacionamentos com as pessoas que amam. A razão pela qual tomamos atalhos é porque nossas mentes estão concentradas em fazer o trabalho. Mas se as nossas mentes, ao contrário, estiverem focadas nas pessoas do nosso conjunto de valores essenciais, tendemos a nos comportar de maneira diferente.

Segurança não é política, nem é sobre mim; é sobre as pessoas no meu conjunto de valores essenciais. Como eles são afetados quando eu faço escolhas ruins em relação à segurança? O que acontece com eles se eu escorregar e cair de uma altura que resulte em uma lesão ou fatalidade? Quem eu deixo para trás quando tomo essas decisões ruins? Como eles são afetados negativamente por meus comportamentos inseguros? Quem cuida deles quando não estou mais por perto ou não posso mais pagar por causa das decisões que tomei?

Lider presente - líder com dois de seus liderados o acompanhando dentro da linha de produção

Aplicação para supervisores, gerentes e outros líderes

O ponto focal de tudo isso foi fornecer algumas dicas sobre como reforçar os princípios que impulsionam e sustentam uma cultura de segurança saudável. Para líderes organizacionais (líderes com títulos), esse é o tipo de mensagem que precisa caracterizar nossa comunicação de segurança. Isso significa que temos que mudar nossa abordagem ao treinar comportamentos de segurança. Em vez de se concentrar na política

“José, notei que você não está usando seus óculos de segurança e só queria lembrá-lo de que somos obrigados a usá-los em todos os momentos, quando estamos na operação.”

 

… Precisamos começar a nos concentrar nas pessoas

“José, sei que sua família depende de você para tomar as decisões certas para eles todos os dias. Como eles seriam afetados se você perdesse a visão porque não estava usando os  seus óculos de segurança? Que parte da vida de seus filhos você está disposto a arriscar a não ver porque você tomou uma decisão ruim sobre a proteção dos olhos hoje? Não é sobre você, José. É sobre aqueles em casa que dependem de você para tomar as decisões certas para eles . ”

 

Aplicação para funcionários operacionais

 

Uma vez que a liderança tenha adotado e internalizado a segurança como um valor central, eles devem encorajar seus funcionários da linha de frente a fazer o mesmo. Além disso, eles devem oferecer amplas oportunidades para que a operação demonstre seu compromisso com a cultura de segurança assumindo o manto de liderança em segurança e da comunicação de segurança.

Por exemplo, qualquer pessoa que lidera a comunicação de segurança (como reunião de segurança, reunião de startup, reunião de pré-turno, reunião de DDS, etc.) deve definir o tom dessa reunião usando uma história ou ponto de conversa que ligue à segurança pessoal. Aos valores fundamentais. Deixe os funcionários operacionais liderarem essa comunicação. O objetivo é construir sua capacidade de liderança, e as oportunidades de comunicar a segurança de maneira formal são um caminho ideal para realizar isso.

Outra idéia é que cada local (planta, instalação, canteiro de obras) crie uma área dedicada onde os funcionários poderem publicar fotos de suas famílias (salas de reunião, lobbies, entradas, etc.). Coloque um título em letras grandes no topo que diga algo como “Meu motivo para trabalhar com segurança hoje“. Os líderes podem definir o tom colocando os primeiros em primeiro lugar e, em seguida, devem incentivar seus subordinados diretos a fazer o mesmo.

Muitos de seus funcionários precisarão de pouco ou nenhum estímulo para fazer isso, e o resto (com algumas exceções) logo seguirá o exemplo (deixe que a pressão dos colegas trabalhe com sua mágica aqui!). Os gerentes de instalações podem reforçar a importância dessa atividade como um lembrete de por que trabalhamos com segurança todos os dias. Isso pode ser usado como base para conversas sobre segurança como um valor central. Mesmo que um funcionário não conheça bem outro funcionário, pelo menos ele já sabe (com base em uma foto) que esse funcionário tem uma razão para trabalhar com segurança que transcende a mera política.

Isso, por sua vez, pode ser usado como base para motivar e treinar os comportamentos seguros (um tópico abordado mais adiante nesta série).

Estas são apenas algumas idéias para reforçar a segurança como um valor central. Mas isso por si só não será suficiente para manter uma cultura de segurança viva e florescente. Também devemos transformar nossos funcionários operacionais em verdadeiros líderes de segurança por direito próprio. Esse será o assunto de um  próximo artigo desta série. Até a próxima vez.

Segurança em Primeiro Lugar – A Segurança é a Sua Maior Prioridade?

Segurança em primeiro lugar? - líder indicando a seu liderado

Você já deve ter ouvido os slogans de segurança:

  • “Segurança em primeiro lugar”,
  • “Segurança # 1”,
  • “Segurança é a nossa maior prioridade”.

E uma série de outros slogans semelhantes que transmitem a mesma ideia. A intenção é boa, mas a mensagem infelizmente não é tão boa.

Slogans, programas e filosofias criadas em torno desse sentimento produzem o seguinte pensamento – que a Prioridade é MÁXIMA, SEMPRE.  Mas uma Prioridade é uma prioridade. E porque a Segurança é posicionada como uma prioridade, ela está em constante luta para manter a sua posição # 1, com as outras prioridades que estão lutando pela posição de “primeiro lugar”.

O resultado é uma mensagem com um tempo inadequado sobre o prazo da produção, as restrições financeiras ou a perda de bônus que acabam por destronar a Segurança como a prioridade #1, fazendo com que ela seja a #5 ou #6, pois as outras demandas do processo produtivo se tornam mais prementes. E com isso passam a obter mais atenção da gestão e precisam ser resolvidas para a continuidade do negócio.

Segurança em primeiro lugar? - líder indicando a seu liderado

As prioridades são impostas externamente aos trabalhadores e, como tais, são vistas como situacionais e em constante mudança. Portanto, elas são incômodas e as pessoas querem resolver logo ou são mantidas sempre à distância, para que as pessoas possam voltar à zona de conforto o quanto antes. Isto já está confirmado pela ciência. Qualquer adesão a elas será de curta duração e sem um verdadeiro compromisso.

Em contrapartida, os valores são internos, atemporais e imutáveis. Como tal, não são comprometidos devido a aspectos situacionais, tais como prazos, orçamentos ou qualquer outro elemento da vida produtiva, além de qualquer outra prioridade que possa vir acima. Não se costuma agir contrariamente aos valores e crenças fundamentais. Assim, se a segurança é genuinamente mantida como valor e crença, então a segurança não será conscientemente comprometida.

Posicione a Segurança como Valor Central: Uma Abordagem Prática para Implementação na Sua Organização

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Segurança É Baseada em Relacionamentos

bom relacionamento no trabalho - líder junto de seu liderado na operação

Você conectou a Segurança como um valor aos valores-chave já existentes, e você descobriu que esses valores centrais são principalmente os relacionamentos deles com as pessoas que eles amam.

A Cultura da Segurança é sobre pessoas e os valores centrais são sobre relacionamentos com estas pessoas, por isso não deve ser nenhuma surpresa que a Cultura é propagada melhor através dos relacionamentos de confiança.

Eles não têm nenhuma razão para seguir a sua liderança ou a sua mensagem a menos que eles confiem em você. E estejam convencidos de que você se preocupa e está preocupado com eles e seu bem-estar.

bom relacionamento no trabalho - líder junto de seu liderado na operação

Faça isso bem e ensine a outros líderes da organização como fazê-lo bem. A sua mensagem deve ser verdadeira e vir do coração. Seu cuidado e preocupação devem ser claros sem ser imposto pela autoridade.

Construa Relacionamentos de Confiança: Transforme a Abordagem da Segurança do Compliance para uma Jornada de Valor

Comece a construir relacionamentos de confiança, alterando sua mensagem sobre a Segurança do compliance (cumprir regras) para um de valor central. Pergunte-lhes sobre suas famílias em uma conversa informal, não apenas quando você quer empurrar uma agenda. Procure conhecê-los e suas vidas, seja transparente sobre você. Seja aberto e honesto na sua conversa e seja acessível. Eles virão livremente a você para pedir orientação e olhar para você buscando uma direção, depois de ter construído a confiança com eles. E uma vez que aconteça, a sua mensagem sobre a Segurança como uma cultura, ressoará neles e eles irão começar a adotá-la por eles mesmos.

 

A Segurança Realmente é a Sua Prioridade?

medindo segurança - operário indicando a seu líder

A resposta pode ser a forma como você a mede.

 

A maioria das empresas dizem que a Segurança é a sua prioridade número um.

Depois de 20 anos realizando Avaliações da Maturidade da Cultura de Segurança, pode-se afirmar – Pergunte em qualquer organização, principalmente para quem é da área produtiva e você verá que nem todos os funcionários concordam. É frequente os gestores afirmarem que a  “Segurança é # 1”, e os funcionários operacionais dizerem que a “Produção é o # 1”.

Trata-se de um problema de comunicação? Não no sentido típico. Muitas vezes os sinais, slogans, declarações e discursos comunicam muito claramente que a Segurança é o # 1. Infelizmente, as ações dos gestores matam a mensagem. Um escritor americano escreveu: “O que você faz fala tão alto, que eu não consigo ouvir o que você diz.”

O que aprendi…Os gestores não querem que os seus subordinados não se machuquem. E os funcionários não querem se acidentar..Se este desejo acaba por não se manifestar nas ações, é por que os gestores precisam de ajuda para liderar a Segurança efetivamente.

Há muitos comportamentos não intencionais dos gestores (não ouso dizer líderes) que “falam muito alto” sobre onde a Segurança está na lista de prioridades. Exemplos clássicos podem ser vistos repetidamente em quase todas as empresas:

  1. basta acompanhar o gestor na operação por um minuto ou dois;
  2. quinze minutos na produção em reuniões de start-up;
  3. medindo e fornecendo feedback diário sobre a Qualidade;
  4. enquanto a mesma atividade em Segurança ocorre uma vez por mês;
  5. elogiando e comemorando a boa produção, mesmo quando os funcionários usaram de atalhos na Segurança para alcançar as metas.

Em segurança, o importante não é apenas o que é feito e sim o como. É a falta de ação que cria um silêncio que naturalmente é preenchido por outras prioridades. Ocorrem anomalias operacionais e a Segurança não mencionada, não há o reforço (estímulo) suficiente para gerar o comportamento seguro. Nenhuma ação é realizada ou não é realizada de forma visível e rapidamente sobre um perigo que foi relatado.

O que os líderes fazem e não fazem dizem aos funcionários quais são as prioridades. O que os líderes dizem é muitas vezes ignorado se não apoiado pela ação. E este é um dos elementos essências da Liderança Efetiva em Segurança. Ser visível, ser coerente no discurso e na ação.

Então, por que os supervisores e gerentes que realmente se preocupam com a segurança se comportam de maneiras que contradizem seus valores?

medindo segurança - operário indicando a seu líder

Na maior parte das Avaliações de Liderança em Segurança verifica-se que a forma de medir a Segurança tem sido uma das causas raízes.

Na verdade, os indicadores de acidentes, coeficiente de frequência e de gravidade, tempo perdido e outros indicadores que assim como estes são reativos, são indicadores de segurança pobres.

Eles nunca vão lhe fornecer uma resposta adequada à pergunta – Como está a Segurança nesta empresa? Os funcionários estão seguros? O comportamento seguro é alto?

Muitos funcionários são protegidos por Deus e isto têm contribuído para o número d acidentes baixo.

Estes indicadores nos dizem quantas pessoas se machucaram e apresentam a gravidade, mas não nos dizem o quão bem uma empresa está fazendo a gestão na prevenção de acidentes. Ou quão bem os líderes estão liderando. O que a bem dizer. Forneceriam os verdadeiros indicadores proativos.

Uma das razões pelas quais eles são um indicador pobre para a prevenção é que esses números possuem, o que os estatísticos chamam de variação natural. Em outras palavras, é um fato estatístico que se o número anual de condições inseguras e comportamentos de risco forem mantidos constantes, uma organização experimentaria um número diferente de acidentes no primeiro semestre do ano em comparação com o segundo semestre (ou de um ano para o outro).

Assim, os coeficientes de acidentes podem melhorar ou piorar mesmo que não se faça nada para melhora as condições de segurança ou os comportamentos. O resultado é que organizações e os departamentos dentro das organizações, podem ficar por longos períodos de tempo sem acidentes, apesar de ter um ambiente de trabalho inseguro. Este fato estatístico trabalha contra o esforço de manter a Segurança como uma prioridade.

Gerentes e supervisores podem não fazer nada para a Segurança, por um período de tempo, e ser reforçado com número de acidentes ótimo (em outras palavras, se dar bem, sem fazer nada para isso).

O mesmo não ocorre para os objetivos empresariais, tais como: produtividade, produtividade, a qualidade, a confiabilidade, etc. Estes objetivos tendem a ter indicadores muito mais sensíveis e, consequentemente, as consequências são mais imediatas e direcionadoras para o comportamento dos gestores. No contexto desses outros objetivos citados (as suas conseqüências são poderosas), é fácil para o gerente ou o supervisor colocar a Segurança num compasso menor por um período de tempo. Quando o número de acidentes é baixo, erroneamente pode-se supor que tudo está bem com a Segurança e concentrar o seu tempo precioso em outras prioridades maiores.

Embora haja muitas etapas para se construir uma Cultura de Segurança Efetiva, onde a Segurança seja realmente um Valor (o que é melhor que ser somente uma prioridade), um primeiro passo é mudar a forma como a Segurança é medida.

O número de acidentes é uma métrica necessária, mas deve ser acompanhada de muitos outros indicadores. A maioria dos indicadores deve se concentrar em comportamentos proativos por parte de todos os empregados – indicadores que sejam capazes de  rastrear o que as pessoas estão fazendo diariamente para evitar acidentes e promover a Segurança. Quando há indicadores do que os líderes fazem diária e semanalmente para promover a Segurança e evitar acidentes, a responsabilização ou o incentivo (consequências imediatas e certas) podem ser projetados para garantir que essas atividades aconteçam. Por exemplo, as empresas que têm um Processo de Segurança Comportamental (Behavior Based Safety) em vigor, pode ter indicadores de gestão que acompanham os comportamentos diários e semanais destinados a melhorar as condições e os comportamentos seguros. Veja se existe em sua empresa!

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Como Construir e Liderar Uma Cultura de Segurança Sustentável (Parte 3)

Liderar e Construir - supervisor e seu operários juntando as mãos. simbolizando trabalho de equipe

Desenvolver e realizar um treinamento de Liderança em Segurança

Desenvolver um novo programa de segurança – especialmente quando envolve uma mudança de cultura de segurança – nunca deve ser feito rapidamente ou sem o empowerment das pessoas, porque você sempre corre o risco de se gerar o mais novo programa do mês, o qual não vai durar muito. E nada compromete mais rápido um programa de melhoria da cultura do que uma abordagem   desorganizada, que não gera motivação e imprecisa.

A melhoria da cultura requer uma sequência de passos (uma vez que não podemos fazer tudo  de uma vez). Já apresentamos a visão geral dessas etapas em um post / vídeo anterior nesta série. A primeira dessas etapas é desenvolver e oferecer treinamento de liderança em segurança. Os objetivos básicos para esta formação são:

  • Apresentar uma nova forma de pensar sobre a Segurança, que é através de uma cultura baseada em valores para a qual nós mais lideramos do que impomos o compliance.
  • Estabelecer e ensinar uma nova linguagem em torno da Segurança como uma cultura.
  • Para transmitir algumas habilidades básicas para liderar, comunicar e fazer o coaching para esta cultura.

 

Treinamento dos Líderes

Os participantes devem ser de todos os níveis de liderança das operações, produção e EHS e dos comitês de segurança, além dos líderes corporativos. Como regra geral, você vai querer incluir uma proporção de 80% de liderança operacional e 20% da liderança corporativa em cada sessão de treinamento dos líderes.

A razão para isto é que não é uma verdadeira iniciativa de cultura se apenas metade da organização está envolvida ou se apenas metade da organização entende os conceitos e se apenas metade da organização fala a nova língua. A liderança operacional / de linha certamente deve ser o foco inicial do programa, uma vez que é onde a maioria das atividades de risco são feitas. E, para o programa progredir, você precisa engajar cada vez mais o lado corporativo.

 

Qual é a melhor maneira de fazer a iniciativa decolar?

Comece por realizar um ou dois workshops pilotos de liderança em segurança. Você vai querer trabalhar principalmente com a liderança executiva (operações, produção, manutenção, engenharia, etc) para obter suas recomendações sobre quem deve ser incluído nestes pilotos.

Mas não se esqueça de deixar claro para eles que o seu público-alvo ideal inclui uma mistura de todos os níveis e tipos de liderança, desde os diretores aos gerentes de área para supervisores, podendo incluir também operadores líderes, etc.

A liderança executiva provavelmente vai querer que você trabalhe realizando os seus relatórios diretos a eles, para garantir os participantes que você precisa para os pilotos, para colaborar e trabalhar.

O objetivo aqui é obter aproximadamente 20-25 participantes por sessão. Um número maior que esse, vai comprometer o trabalho e irá impedir a construção de uma nova forma de pensar e o desenvolvimento de novas habilidades. Tenha em mente a proporção 80/20 do qual já falamos. Pelo menos um punhado de participantes – mesmo nos pilotos – deve vir do lado corporativo para que você possa começar a criar um “ruído” sobre o programa em ambos os lados da organização, desde o início do processo.

 

Você precisará cobrir cinco áreas principais nas oficinas:

  1. Segurança como cultura e modo de vida
  2. Comunicar a segurança como uma cultura
  3. Segurança como cultura
  4. Treinando compromissos de segurança
  5. Desenvolvimento de melhores práticas para liderar uma cultura de segurança

Liderar e Construir - supervisor e seu operários juntando as mãos. simbolizando trabalho de equipe

Dirija primeiro e acima de tudo Segurança como uma Cultura :

Tudo o que discutimos antes sobre a segurança de visualização como um valor central entra em jogo aqui. Aqui você vai querer criar uma experiência vicária para os participantes para atraí-los e para levá-los a refletir sobre o que eles realmente pensam e acreditam sobre a segurança, como eles comunicam a segurança e como eles atualmente levam a segurança em suas áreas.

Lembre-se da história que eu disse em um vídeo anterior do trabalhador de manutenção que foi tragicamente morto em uma plataforma de perfuração offshore. Como eu estava relatando essa história, você provavelmente foi atraído para ele e pode até mesmo ter encontrado-se vicariamente vivendo através do que você ouviu, sentindo a dor, e prevendo o horror do que aconteceu naquele dia.

 

E se tive-se acontecido com você?

E como eu relatei o impacto aos membros da família, aos pais que tiveram que enterrar seu filho, à jovem viúva que está agora sem um marido para ajudá-la a criar seus filhos, e aos dois rapazes que estão agora sem um pai para cuidar deles e cuidar de suas necessidades, você pode até ter começado a pensar em sua própria família e o que eles fariam em uma situação semelhante, se isso tivesse acontecido com você. Em suma, você pode ter começado a fazer o pedido para si mesmo; E como resultado, você provavelmente não precisava de muito convincente para ver a segurança de uma maneira diferente.

Bem, isso é apenas o que uma experiência vicária faz e tem a intenção de fazer . Tentar argumentar alguém para o meu ponto de vista usando fatos, números e estatísticas é ineficaz porque é mecânico e impessoal, e nunca atrai muito para o meu ser interior. Eu posso agora ter o conhecimento em minha cabeça, mas não alcança meu coração.

 

Comunicar de forma eficaz

Mas se eu relacionar uma história ou uma experiência pessoal, e eu a comunicar de forma eficaz, ela atrai o ouvinte e permite uma oportunidade para que a pessoa comece a fazer a aplicação à sua própria vida, à sua própria situação, à sua Ou sua própria família e, conseqüentemente, para as coisas que eles mais valorizam na vida.

E uma vez que isso acontece, os pontos são conectados para eles entre a segurança e os valores fundamentais que já possuem, e eles começam a pensar sobre a segurança de uma maneira diferente; A lâmpada acende para eles, e eles têm a sua aha! Momento que a segurança não é um regulamento de conformidade a seguir , mas como uma cultura para liderar .

 

 

Como Construir e Liderar Uma cultura de Segurança Sustentável (Parte 2)

Cultura de segurança - líder orientando seus liderados

O que você fez recentemente para promover uma cultura de segurança?

 

Pense nessa pergunta algum tempo antes de responder. Você tomou medidas para reforçar uma política de segurança que tem sido negligenciada? Você realizou algumas observações de segurança e fez algumas ações corretivas em torno disso? Você enviou seus funcionários para fazer um treinamento corretivo em práticas de trabalho seguras, políticas e procedimentos?

Se a sua resposta foi nesta direção citada, então deixe-me sugerir que você pode estar fazendo um enorme esforço na promoção de conformidade, mas você ainda pode não ter se graduado  para promover uma Cultura de Segurança. Isso não quer dizer que a Conformidade com a Segurança é oposta à Cultura de Segurança. De fato, a cultura de segurança supõe que a conformidade com a segurança já está firmemente estabelecida.

Uma forma de comunicar aos líderes operacionais e aos funcionários destes sobre qual é a relação entre Conformidade (compliance) e Cultura é criando uma analogia em torno de uma meta de Segurança comum que é adotada por quase todas as organizações que existem hoje. Ou seja, nosso objetivo é enviar todos casa, todos os dias, sempre.

 

Valor Central

Já apresentamos em posts anteriores a forma de vincular a Segurança como um Valor Central a outros valores fundamentais que já possuem. E nós vimos que isso é fácil quando reconhecemos os valores comuns que as pessoas tendem a abraçar para si mesmas – suas famílias, seus cônjuges, seus filhos, seus netos , seus amigos – em uma palavra, seus relacionamentos com as pessoas que amam, que os amam e que dependem deles para tomar as decisões certas todos os dias.

Vamos colocar isso numa fotografia. Imagine um caminho a pé que leva para casa. Seu objetivo diário é voltar para casa – para voltar ao mundo real das relações que mais valorizamos. Mas e se, ao longo do caminho, você encontrar um obstáculo que o impede de chegar lá com segurança. Digamos que a estrada é invadida por uma inundação, e o caminho é bloqueado. Quais seriam algumas formas com as quais você poderia superar esse obstáculo para continuar para o destino?

 

Suas escolhas…

Você poderia obter uma vara forte e longa e saltar com a vara para o outro lado. O problema com esta ideia é que você não sabe a profundidade da água com certeza. E você não saberia até que você se comprometeu a esse curso de ação. E você somente vai descobrirão se arriscar, o que não é a melhor solução neste caso.

Como a inundação erodiu o caminho, formando um rio com correnteza, você pode descer o talude, nadar para o outro lado – ou talvez levar um barco para o outro lado – então escalar o talude do lado oposto para chegar ao topo e continuar o longo caminho para casa. O problema aqui é que todas essas ações são arriscadas. As paredes do talude são altas, e você poderia cair durante a descida ou a subida, para não mencionar que a correnteza torna difícil nadar ou mesmo levar um pequeno barco.

A terceira opção é colocar uma prancha de madeira em toda a extensão, ligando os dois lados, o  que permitiria você atravessar. Você pode conseguir atravessar esta maneira, mas andar em uma única prancha sempre é  arriscado. Você poderia facilmente cair.

 

Melhorando ainda mais o caminho

Então, vamos adicionar algumas tábuas mais. Este é um cenário mais seguro, e podemos ser capazes de passar por este caminho. Mas ainda há um problema com ele. Se as tábuas estiverem molhadas, ou uma forte rajada de vento fazer as tábuas se mecherem, você ainda pode escorregar ou perder o equilíbrio e cair.

Então, vamos adicionar alguns guarda-corpos ao projeto. Isso vai fazer funcionar? Sim, a infra-estrutura está agora no lugar para permitir que você ande com segurança  e possa continuar o seu trajeto para casa.

Cultura de segurança - líder orientando seus liderados

A ponte!

Pense nessa ponte como nossa conformidade (compliance) com as normas de segurança. O regulamento é posto em prática (bem como a ponte) para criar uma condição de trabalho segura, de modo que em condições normais, se você cumprir com a norma, você pode ter uma razoável certeza de que não vai se machucar.  E você pode continuar o longo do caminho de casa, para voltar para aqueles que você ama.

As normas ou regras protegem você contra as mudanças nas condições.  Mas há uma coisa contra a qual ela não pode protegê-lo. Não pode protegê-lo contra si mesmo. Ele não pode protegê-lo contra seus comportamentos. Ele não pode protegê-lo contra as decisões que você toma. A ponte (ou qualquer outra regra ou norma) pode mantê-lo seguro se você atravessá-lo. Mas não pode impedi-lo de pular sobre uma das tábuas e tentando atravessá-la de uma forma insegura. Assim, enquanto as normas de conformidade são absolutamente essenciais para criar uma condição segura, elas são totalmente impotentes para evitar que um trabalhador se envolva em comportamentos de risco e de tomar decisões equivocadas.

 

Conformidade e Cultura

Aí está, em poucas palavras, a relação entre Conformidade e Cultura. E é por isso que a busca de Compliance nunca é suficiente. A conformidade com as regras e normas é o alicerce, mas o nosso objetivo deve ser sempre ir além da Conformidade em nosso foco de Segurança, em nossa maneira de pensar sobre a Segurança, na nossa maneira de liderar a Segurança e na nossa maneira de comunicar a Segurança em nosso esforço para criar um verdadeiro Valor Baseada em Segurança.

Continuaremos com a parte 3 de nossa série sobre construir e liderar uma cultura de segurança na próxima publicação. Enquanto isso, aproveite nosso vídeo blog abaixo; E certifique-se de todas as suas iniciativas de segurança são intrínsecas e não impostas.

Melhore a cultura de segurança conectando corações e mentes dos colaboradores.

A sua cultura de segurança é a soma de todos os comportamentos que os seus líderes, funcionários e contratantes escolhem para fazer. Os comportamentos são qualquer coisa que as pessoas fazem ou dizem. Tudo o que eles fazem e dizem influencia a sua cultura de segurança.

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